Caníggia estréia nova sessão de entrevista do FPB.

Jornal FP

Ídolo do futevôlei baiano, o jovem Mateus não lembra ao certo como foi que ganhou o apelido de Caníggia. Ele só se recorda que a comparação veio por conta do cabelo grande e loiro que tinha na adolescência muito parecido com o do atacante argentino, carrasco do Brasil na Copa do Mundo.

Quem lhe deu esse apelido foi Zeca, logo que ele começou a jogar no Porto da Barra e em Piatã, mas precisamente na quadra em frente ao Casquinha de Siri, levado pelo seu pai Geraldo, de saudosa memória.

“Dede as primeiras partidas, já se podia perceber que Caníggia era craque. Entre suas muitas virtudes, a que mais chama atenção é a facilidade que ele tem para aprender e renovar o tempo todo o seu jogo simples e eficiente. É, sem dúvida, um jogador criativo e de jogadas imprevisíveis”, afirma Zeca.

A verdade é que seu talento lhe rendeu nos últimos anos uma grande série de títulos. Na Bahia, o pessoal costuma brincar que dos últimos vinte torneios, ele ganhou trinta. Atualmente, Mateus forma com Diogo uma forte dupla, com destaque em nível nacional e vencedora de um título internacional, disputado na Espanha.

Caníggia é também um jogador polêmico, como não poderia deixar de ser, em se tratando de um local das areias do Porto da Barra. “Levar um ponto pra ele no grito não é fácil”, afirma André Itália.

Fora das quadras, Caníggia é também um campeão. Muito querido pelos familiares e amigos, adora um pagode e um bate-papo agradável com os camaradas, se regado a uma boa roska ainda melhor, pois aí é que ele se solta e dança arrocha, forró, funk, samba, lambada...

Quanto aos seus fãs de carteirinha, podemos destacar Pardeão, Alex, Oman, Galo, Jau, Bolinha, Paulo Camera, Louro José... dentre muitos que o admiram e gostam de vê-lo jogar.

O FPB agradece o apoio de Vanessa, a noiva super gente boa do atleta, que contribui bastante para a estréia desse novo espaço especial com entrevista no FPB, pois senão essas perguntas que foram encaminhadas ao entrevistado há uns cinco meses jamais sairiam.

Aguardem novas entrevistas em breve. Boa leitura a todos!

1-Teu pai era o seu fã n°1 e seu maior incentivador por acreditar no seu talento. Na sua fase inicial ele lhe acompanhava e assistia aos jogos na praia. Sua mãe e suas irmãs eventualmente prestigiam as competições. Na sua opinião, qual a importância de receber esse incentivo da família. principalmente aos que estão iniciando a carreira?

R= É sempre importante ter a família por perto, incentivos, conselhos e até críticas são válidos, afinal de contas estas são as pessoas que sempe estarão ao meu lado, compreendendo também os momentos de ausência em nome de um sonho, do prazer que é jogar, independente se isso me trará grandes títulos. É uma pena que meu pai não pode acompanhar os melhores momentos dessa grande evolução dentro do esporte, mas foi fundamental a me dar suporte e segurança de que estava fazendo o certo, baseado nos princípios e valores em que me foram dados.

2-Desde que começou a jogar você teve alguns parceiros como Adriano, Léo Peixe, André Carioca, Diogo, dentre outros. Fale um pouco das suas parcerias e se algum deles tem uma importância maior na sua carreira.

R= Cada um desses parceiros foram importantes nas etapas a qual dividi a quadra, onde pude aprender e passar também minha experiência; com histórias e momentos diferentes.

3-Você já conquistou alguns campeonatos importantes como o primeiro de sua carreira, o primeiro como campeão baiano e recentemente você ganhou com Diogo um torneio internacional na Espanha. Diante de tantos títulos, qual deles você considera o principal?

R= O internacional foi uma conquista inesquecível, mas se não fossem os títulos dos torneios baiano por exemplo, não teria a oportunidade de conquistar esse; enfim, os primeiros troféus e o internacional foram algo marcantes

4-Você se considera estar vivendo atualmente o auge da sua carreira?

R= Sim, hoje me sinto confiante e seguro de buscar ainda mais, e dedicar ao futevolei, mesmo que isso muitas vezes me abdiquem de coisas pessoais

5-O que está faltando para a dupla Caníggia e Diogo ganhar uma etapa do brasileiro em 2010?

R= Se não fosse o prazer que o esporte me traz, seria dificil continuar, afinal de contas os patrocinios e investimentos com o futevolei ainda são poucos; muitas vezes torna-se um investimentos pessoal; isso sem dúvida faz com que muitos atletas desistam da carreira, já que temos a consciencia que é complicado manter-se só com o esporte e sem incentivos.

6-Qual o lugar de Salvador que você mais gosta de jogar futevôlei?

R= Porto da Barra

7-O que é necessário para a pessoa ser fera no futevôlei?

R= Gostar do esporte em primeiro lugar, dedicação e muito treino.

8-Você acha que precisa de mais incentivo das empresas para investir em patrocínio aos jogadores de futevôlei?

R= Com certeza, infelizmente o dinheiro é um fator decisivo para participação dos torneios; requer custos, muitas vezes são considerados como investimentos profissionais, para que posteriormente as empresas invistam e reconheçam o futevolei como algo importante para o esporte baiano, mas ainda esperamos ansiosos por isto, rs...

9-E quanto a organização do futevôlei na Bahia, o que você tem dizer?

R= Vem crescendo muito, graças aos próprios competidores e da Confederação Baiana, porém necessita de investimentos e patrocínios, já que o que se tem ou o que se pode arrecadar entre nós mesmos é pouco.

10- Como é a vida do Caniggia fora do futevôlei? Fale um pouco de você.

R= Canigga fora do futevolei!?! Matheus, rs...tranquilo ao mesmo tempo ansioso, não deixa de praticar esporte nunca; programações em familia e namorada (Vanessa)...das mais lights as mais badaladas, tenho tempo p/ tudo, rs...; curtição com amigos, fazer aquela grande farra ou mesmo para bater aquele salãozinho, rs...Ainda me sobra tempo para trabalhar, viu!? Rs...

11-Por último, gostaríamos que você fixasse à vontade para falar o que quiser e deixar uma mensagem para todos aqueles que curtem o futevôlei.

R= A realidade do esporte é dura, o que dificulta hoje doação total ao futevolei; importante é encarar como atividade que vai além do profissional e de títulos, uma atividade prazerosa e saudável.